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domingo, 18 de janeiro de 2009

Dor




Oh, a dor. A dor que me sufoca, a dor que me faz enlouquecer. A dor que me leva a uma outra dimensão do meu próprio eu. Uma viagem perigosa, medonha e assustadora. Uma viagem interna em volta de pensamentos talvez bloqueados pela minha mente no dia-a-dia. Essa dor, que é a dor que me faz temer. Que me faz ter medo de sair na rua. Me faz olhar para todos os lados e garantir que não há perigo. Me faz pensar duas vezes antes de agir. Ou não. É a dor que eu sofro calada. Que corrói pouco a pouco tudo que eu venho construindo. Vai acabando com meus neurônios, me deixando fraca, ativando meus sentimentos mais profundos e às vezes esquecidos. Me faz assim, chorar. A dor vai embora em forma de lágrimas. Enquanto elas rolam pelo meu rosto, sinto como se estivesse vencido uma batalha. A dor estaria assim sumindo. Desaparecendo no meu rosto, ou caindo no meu colo. E aquela lágrima não voltaria. Olho para o espelho e vejo a marca dessas que foram emboram. Passo a mão sobre meu rosto ainda úmido, e percebo que essa concepção de dor em forma de lágrimas era mera ilusão e metáfora. Porque na realidade, tinha sido apenas um momento. Sim, as lágrimas voltaram. Essa dor, é uma das que mais me fazem enlouquecer, agoniar, sentir, arranhar, gritar, riscar. Sinto vontade de gritar. Não, não. Sinto vontade de rir. É, rir. Rir da minha desgraça. Melhor rir que chorar. Rio nervosamente, e começo do nada a chorar novamente. Ponho as mãos no meu rosto e me pergunto porque daquela agonia dentro do meu peito. Eu sei e não sei o porque. O que eu sei, finjo não saber. O que eu não sei, desisto de tentar descobrir o porquê. Prefiro sentar num canto escuro, num momento íntimo comigo mesma. Começo a sentir frio. Meu corpo arrepia, e os calafrios começam a percorrer todo o meu ser. Me sinto só. Olho para o lado, e vejo tudo escuro. Me abraço. Eu sou a melhor companhia para mim mesma. Passo a mão pelos pêlos dos meus braços arrepiados. Mordo a boca até o ponto dela sangrar. Percebo que eu com eu mesma não basta. Preciso de outro calor. Grito internamente. Acho que estou gritando com toda minha força, mas percebo que minha boca está selada. Não consigo soltar esse grito que tanto me sufoca. Tento, mas desisto. Deito no chão e olho para o teto. Meus olhos a essa hora já se acostumaram com a escuridão, e começo a ver formas no teto. Formas que me assustam. Com dentes afiados e garras prontas para me atacar. Parece até que está me puxando. A dor fica cada vez mais forte. Me rastejo pelo chão, e vejo a forma decadente que estou. Páro um pouco e tento refletir o que me deixou daquele jeito. Não consigo. Tento levantar. Não consigo. Grito. Agora sim, grito com toda a minha força, para que todos ouçam meu desespero. Porém, ninguém vem me socorrer. Alguém ao menos se importa comigo? Fico na espera por segundos, minutos ou horas. Não sei mais quanto ao tempo. O que eu sei é apenas um fato: morri.

Mayara Dias ás 16:05,